Reflexão

A Censura por Outro Lado

Olá pessoal!

Semana passada assisti o filme Lucy e, antes mesmo de fazer a Resenha sobre ele, fiquei com muita vontade de falar sobre Classificação Indicativa, conhecida também como Censura.

Na verdade, há um tempo, quando assisti o filme Pompéia (Pompeii) essa reflexão já havia batido em minha porta. Vejo muitos pais e/ou adultos responsáveis por crianças levando os pequenos para verem filmes considerados sangrentos e inapropriados para a idade. Muitas vezes a desculpa é “eu estou junto, então não tem problema o meu filho ver o filme” ou “as crianças não se assustam mais como antigamente”. O fato é que as pessoas têm uma aversão à censura e muitas vezes não acatam as indicações pelo simples prazer de “quebrar as regras“.

Acho importante ressaltar que isso não se aplica apenas a filmes, mas também a jogos, programas de TV e tudo o mais que possui uma classificação indicativa que determina que o conteúdo não é apropriado para tal idade. Muitos acreditam que a classificação, por ser apenas uma indicação e não uma proibição, deve ser ignorada.

Se olharmos o tema Censura por outro lado, podemos verificar a importância que é acatar certas regras que são benéficas para nós e para as crianças das quais somos responsáveis. Sei que é um assunto sério demais e que talvez não agrade muito as pessoas, mas ouvi várias crianças chorando, soluçando e em completo estado de choque ao verem esses dois filmes – e tantos outros – no cinema, local onde a emoção que sentimos ao acompanhar qualquer trama é completamente ampliada.

Lembro que quando eu tinha 11 anos queria assistir Titanic no cinema, mas a classificação indicativa era acima de 12 anos. Após a morte de uma mulher por ataque cardíaco durante uma das sessões, essa classificação, pelo menos em alguns cinemas, subiu para 14. O fato é que não iriam permitir minha entrada. Fiquei tão triste! Queria muito ver, até mesmo porque alguns colegas de escola tinham assistido, então por que meus pais não me levavam? Hoje eu entendo perfeitamente o motivo e ainda seria capaz de agradecê-los por isso! Quem garantiria que o filme não fosse provocar uma reação tão intensa em mim capaz de fazer com que eu desenvolvesse uma fobia por água, navio, cruzeiro e afins? Não podemos dizer que o filme é bom ou não para as crianças se ainda nem assistimos o dito cujo! Eis aí a importância da censura / classificação indicativa!

Censura, no sentido de advertência, foi substituída pela expressão Classificação Indicativa a fim de desvincular qualquer lado negativo que a palavra anterior pudesse causar. Mas, não é porque é apenas uma indicação, que a classificação não deve ser levada a sério e ser utilizada com prudência.

Antigamente as pessoas pediam o RG da criança antes de deixá-la entrar no cinema para verificar se tinha idade suficiente, estando ela acompanhada ou não por um adulto. Mas, com o tempo, esse hábito foi sendo mal visto pela população – ou talvez a condição moral tenha sucumbido ao interesse financeiro de vender mais entradas – e nunca mais vi ninguém perguntar a idade da criança antes de vender um ingresso. O pensamento geral é mais ou menos esse “o filho não é meu, não tenho nada a ver com a vida dessa pessoa, cada um faz o que bem quiser porque somos todos livres e democráticos”.

Aí entra uma questão importante: a confusão entre democracia e regras. Nem todas as regras são vilãs, no sentido de tolir sua democracia. Elas podem, sim, existir para ajudar a sociedade e fazer com que todos possam viver em harmonia. Afinal, não era esse o princípio das regras? “Sua liberdade termina quando a do outro começa”, sempre ouvi essa frase! Tem gente que odeia a censura mas não sabe viver socialmente sem ela porque, se não for expressamente proibido, acaba não seguindo a indicação e daí a tal democracia vira uma balburdia só.

O fato é que as pessoas querem fazer o que bem entenderem sem que ninguém as julguem. Mas, engraçado é que essas mesmas pessoas vão adorar criticar a violência dos jogos de vídeo-game, dos filmes e da TV e culpá-los por tudo de errado na infância das novas gerações. Acho um pouco de hipocrisia isso. O filme Pompéia, por exemplo, é muito bom! Adorei! Simplesmente emocionante! Mas, convenhamos, não é um filme para criança. Isso não tira toda a beleza dele! Apenas não é voltado para um público específico. Ouvi gritos e choros esganiçados de crianças ao verem cenas que simplesmente sugeriam – não mostravam com todas as letras como em Lucy – a morte de alguém. Imagina o trauma e todas as futuras complicações que podem haver por causa disso!

Não concordo também com alguns canais de TV que passam conteúdo inapropriado para menores de 12 anos antes das 18h, por exemplo, ainda mais porque muitos pais trabalham neste horário e não podem supervisionar de perto o que seus filhos estão assistindo. Mas acho igualmente ruim um pai ou uma mãe não ter o mínimo interesse em verificar a classificação indicativa de um filme antes de entrar com seus pimpolhos na fila do cinema.

Lembrei de uma série de comerciais do Ministério da Justiça que vi há alguns anos. Tinham como título a frase “Não se engane“. Eles resumem grande parte do que estou querendo dizer nesta reflexão: você é livre para tomar decisões, mas refém das consequências, por isso tenha responsabilidade e prudência.

Agora quero saber a opinião de vocês! O que acham de crianças estarem na sessão de um filme completamente contra indicado para a idade delas? Alguém já sofreu algum trauma por ver algo que chocou demais? Contem pra mim!
Até a próxima! *Hoot-hoot*

Atualizado em 9 de setembro de 2014 por Luciene Sans

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1 Comentário

  • Reply
    Mom
    21 de junho de 2017 at 19:11

    Perfeita colocação!!!
    Concordo plenamente!
    Parabéns!!

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